Aconselhando-se

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Aconselhando-se

Olá, meus caros colegas de caminhada.

O tema de hoje é um pouquinho mais complicado do que o normal: conselhos... Já dizia aquele velho deitado (wat???) que se conselho fosse bom, a gente não dava, a gente vendia.

Mas será que é verdade? Será que é sempre uma furada ouvir um conselho?

E, o mais importante: isso não vai contra o que eu disse na segunda parte da coluna anterior?

Ouvindo um conselho

O ponto chave para tudo aqui é saber ouvir. 

Eu sei que parece meio sem sentido dizer isso para alguém lendo este blog. Afinal, cada postagem é repleta de conselhos... principalmente as minhas.

De qualquer forma, é sempre mais “lindo” ouvir o que queremos e quando queremos. Mas, e quando precisamos? E, por vezes, precisamos, mas não queremos...

A primeira coisa que precisamos entender é que ninguém é infalível. Todos nós erramos. 

E tentar minimizar esses erros é um erro considerável. Só errando que se aprende. Só aprendendo é que se evolui. Só evoluindo é que se reincide nos erros antigos. E só deixando de cometer erros antigos é que podemos ter erros novos.

Infelizmente, é uma droga de um ciclo. Um dos muitos ciclos da vida humana. Conforme-se, aceite, e seja feliz ao buscar errar cada vez menos.

Segundo é que ninguém se intromete na nossa vida sem um motivo. Logo, saiba quem te fala por preocupação e quem te fala por fofoca. 

Um exemplo? Entre eu e a Dani houveram alguns aconselhamentos, mas, mesmo nos conhecendo bem pouco, eu sei que tudo que ela tem para me falar é visando o meu bem. E vice-versa. 

Agora, aquela vizinha chata que te chama de xarope? Esses, eu esq... digo, esses, tu esquece.

Eu levei um certo tempo para entender quem e não-quem. Tempo demais. Até que eu me dei conta que, às vezes, as pessoas parecem grosseiras não porque estão nos menosprezando. A vida pode ter sido difícil para ela, assim como é para ti, e endureceu as atitudes de quem te fala.

Terceiro é entender que ninguém conhece o mundo todo. Ou seja, eu, dos meus vinte e quatro anos, posso aprender com uma pessoa mais velha do que eu. Óbvio. 

Mas também posso aprender, e muito, com alguém de dezessete anos. A vida nos leva por caminhos distintos, e todo mundo está sujeito a passar por algo que alguém muito mais jovem já passou.

Quarto... depois de saber de quem ouvir, ao cumprir os dois primeiros passos, o próximo é lógico: ouvir. 

Ouça sempre. Mesmo que não lhe seja útil na prática, lhe será útil em reflexão. O que nos leva ao...

Quinto passo, pensar criticamente. Uma coisa que dói, mas dói, mas dói “bagarai” é pensar. Acredite! 

E não falo em pensar normalmente, mas pensar criticamente. Ou seja, ser capaz de receber uma informação, compreendê-la, assimilá-la e dissecá-la.

Quando recebemos um conselho, geralmente ou o refutamos, ou o acatamos. 

O que não nos serve de nada para nosso crescimento pessoal. Não somos robôs, então se apenas seguimos um comando frente à uma situação específica, nunca vamos nos dar conta de que aquele conselho nos servirá em outras situações.

Então, precisamos entender aquele conselho. Escutamo-lo, e devemos procurar entendê-lo. 

Pensar sobre isso pode nos trazer perguntas. E só perguntando, para quem nos aconselha ou para nós mesmos, é que podemos entender o que nos é falado. 

Só entendendo plenamente, é que isso nos fará algum sentido. E fazendo sentido, nós poderemos buscar por como usar esse conselho, em que situações aplicá-lo e como.

Dando um conselho

De nada adianta sermos grandes receptáculos, se não dividirmos o que nos é dado. 

Conhecimento não tem validade alguma se guardado, mas é luz e calor quando dividido.

Logo, não tenha medo de falar. Se é um amigo, um conhecido, um familiar, alguém com quem tu realmente te preocupas, diga o que pensa. 

Claro, se for alguém com quem tu “cagas e andas”... bom, melhor ficar quietinho.

Dar um conselho não tem mistério. É apenas nossa vontade de ajudar disposta em palavras. 

O que, para quem aconselha, também é extremamente importante. É falando que nos damos contas de coisas novas, e ampliamos nossa compreensão. Falar também é uma forma de aprender...

Assim, enquanto tu estás dando um conselho a alguém, está, ao mesmo passo, aconselhando-se. 

Quem nunca, ao falar o que pensa, se deu conta de algo que lhe é válido também? Quem nunca falou e surpreendeu-se com as próprias ideias?

Peneirando

De qualquer maneira, é preciso saber peneirar os conselhos dados e os recebidos.

Sobre os recebidos, bom... Discorde ou concorde. Mas saiba ouvir. 

Isso vai te tirar de algumas discussões. Se alguém quer te ajudar, e tu bates de frente com essa pessoa, na melhor das hipóteses vocês entraram numa discussão infundada. Na pior, a pessoa pode se magoar contigo (sim, se magoar, e se magoar mais do que tu te magoou)... e isso não é legal.

Aos dados, bem... Meça as palavras. Não saia usando qualquer termo que lhe vier à cabeça. Nem sempre as pessoas conseguiram entender o que queres dizer, levando sempre para a forma mais agressiva possível. 

Logo, sinta a situação da pessoa e busque sempre falar à pessoa de modo a acalmá-la.

Em ambos os casos, analise bem se faz sentido o que está ouvindo ou prestes a dizer. Para não cair nos já comentados conselhos que acabam nos trazendo mais dor...

Um comentário